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Relatório sobre a Política de Censura no Brasil e a Resposta dos EUA

Imagem ilustrativa dos membros da casa dos representantes, EUA.

A noite de quarta-feira, 17 de Abril, trouxe novidades no cenário político dos EUA. O Comitê Judiciário do Partido Republicano divulgou um relatório parcial da Câmara que faz sérias acusações contra Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. Segundo o documento, ele estaria envolvido em ações de censura contra a direita brasileira na rede social X.

Este documento explora a preocupante questão da censura à liberdade de expressão no Brasil, bem como a aparente falta de resposta da administração Biden a esses eventos. É uma leitura essencial para entender como questões de liberdade de expressão estão sendo tratadas globalmente e as implicações dessas políticas tanto local quanto internacionalmente.

Segue abaixo o documento na íntegra.

Representação estilizada da Estátua da Liberdade com tocha acesa cercada por círculo com estrelas azuis e vermelhas.

O ATAQUE À LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO EXTERIOR E O SILÊNCIO DA ADMINISTRAÇÃO BIDEN: O CASO DO BRASIL

Relatório Interino da
Comissão de Justiça e do
Subcomitê Selecionado sobre a Instrumentalização do Governo Federal
Câmara dos Representantes dos EUA

U.S. House of Representatives Logo

17 de abril de 2024


CENSURA DO BRASIL À LIBERDADE DE EXPRESSÃO ONLINE


"No mundo inteiro neste momento, governos, em nome do bem, estão considerando ou adotando medidas como as que temos no Canadá. Em Dublin, estão prestes a promulgar um rigoroso projeto de lei contra crimes de ódio que representa uma grave ameaça à liberdade de expressão. Em Paris, o presidente Emanuel Macron pediu a censura do discurso online. Em Bruxelas, o Comissário do Mercado Interno da UE está pedindo uma repressão ao ‘conteúdo ilegal’. Em Brasília, estão combatendo ‘notícias falsas’ e ‘desinformação’ ao reprimir discursos online legítimos. Sem mencionar Rússia, China e Irã. A América é excepcional—indispensável, de fato. Por favor, não sucumbam ao mesmo autoritarismo iliberal. Continuem lutando pelo que sabem ser correto. O Canadá está observando. O mundo inteiro está observando."

- Rupa Subramanya, jornalista canadense, testemunhando perante o Subcomitê Selecionado sobre a Armação do Governo Federal, 30 de novembro de 2023

O Comitê Judiciário e o Subcomitê Selecionado sobre a Instrumentalização do Governo Federal estão conduzindo uma supervisão sobre como e em que medida o Poder Executivo coagiu ou colidiu com empresas e outros intermediários para censurar discursos legais. Nos últimos dezesseis meses, o Comitê e o Subcomitê descobriram violações graves da Primeira Emenda cometidas por oficiais em todo o Poder Executivo. O Comitê e o Subcomitê documentaram:

  • A Casa Branca de Biden coagindo diretamente grandes empresas de mídia social, como o Facebook, a censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, levando eventualmente o Facebook a mudar suas políticas de moderação de conteúdo;
  • A Casa Branca de Biden coagindo diretamente a maior livraria online do mundo, a Amazon, a censurar livros;
  • A Parceria de Integridade Eleitoral de Stanford (EIP)—criada a pedido da Agência de Segurança de Infraestrutura e Cibersegurança do Departamento de Segurança Interna (DHS)—trabalhando com o governo federal para sinalizar milhares de links e enviar recomendações diretamente às grandes plataformas de mídia social para censurar o discurso online dos americanos antes da eleição presidencial dos EUA de 2020;
  • A Comissão Federal de Comércio (FTC) assediando o Twitter de Elon Musk (agora X) por seu compromisso com a liberdade de expressão, chegando ao ponto de visar vários jornalistas que reportaram sobre a postura anti-liberdade de expressão do antigo regime do Twitter.

A supervisão do Comitê e do Subcomitê mostrou que a censura governamental que começa com um propósito declarado de combater alegada "desinformação" ou "informação falsa" inevitavelmente se transforma em silenciar oponentes políticos e visões desfavorecidas por aqueles atualmente no poder.

Essas violações da Primeira Emenda e ataques à liberdade de expressão mais fundamental da América são profundamente preocupantes. Mas muitas vezes empalidecem em comparação com como alguns governos estrangeiros estão erodindo valores democráticos básicos e sufocando o debate em seus países. No avanço de sua supervisão legislativa, o Subcomitê Selecionado recebeu depoimentos sobre como os governos de outros países, incluindo Canadá, França e Brasil, procuraram censurar discursos online. Esses exemplos de governos estrangeiros reprimindo a liberdade de expressão servem como um alerta severo para os americanos sobre as ameaças apresentadas pela censura governamental aqui em casa. Eles também ajudam a informar o trabalho legislativo do Comitê e do Subcomitê para combater a censura governamental e promover a liberdade de expressão.

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal do Brasil concedeu a si mesmo novos poderes para "agir como investigador, promotor e juiz ao mesmo tempo em alguns casos." Em vez de depender de um promotor ou de um oficial de justiça para abrir uma investigação, o presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil, José Antonio Dias Toffoli, "emitiu uma ordem concedendo ao próprio Supremo Tribunal a autoridade para abrir uma investigação." Ex-juízes do Supremo Tribunal Federal do Brasil criticaram abertamente a medida como sem precedentes e em violação à constituição do Brasil.

Nesta ordem sem precedentes, Toffoli selecionou o colega do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, para conduzir a primeira investigação realizada pelo tribunal. Moraes ingressou no Supremo Tribunal Federal em 2017. Moraes foi descrito como um "animal político" com esperanças de ser presidente do Brasil algum dia. Moraes também serviu como presidente do Tribunal Superior Eleitoral desde agosto de 2022. O Tribunal Superior Eleitoral é o tribunal mais alto no Brasil que supervisiona os processos eleitorais do país e é frequentemente o tribunal que emite ordens exigindo a censura de supostas desinformações sobre eleições.

Com esse novo poder extraordinário, Moraes atacou críticos de direita e esquerda com impunidade. Moraes supostamente ordenou que plataformas de mídia social removessem postagens e contas mesmo quando "muito do conteúdo não violava as regras [das empresas]" e "muitas vezes sem dar um motivo". Como outro exemplo, ele ordenou que agentes federais realizassem uma batida em oito empresários em julho de 2019, além de congelar suas contas bancárias e suspender suas contas em mídias sociais. Anteriormente, Moraes havia "ordenado uma batida da polícia federal em 10 endereços ligados a usuários de mídia social que haviam criticado o tribunal." Após Moraes ordenar que uma revista brasileira removesse um artigo online alegando ligações entre Toffoli e uma investigação de corrupção, o então juiz Marco Aurélio Mello comentou: "Estou no tribunal há 28 anos e nunca vi uma decisão como essa, de remover um artigo", acrescentando que, "O Supremo Tribunal sempre esteve envolvido em preservar a liberdade de expressão. Este é um passo para trás."

Relatos recentes e declarações públicas da equipe de Assuntos Governamentais Globais de X indicaram que X está sendo "forçado por decisões judiciais a bloquear certas contas populares no Brasil" ou enfrentar consequências graves, como incorrer em multas pesadas, prender funcionários de X e causar o fechamento de X no Brasil. Em 6 de abril de 2024, o CEO da X Corp., Elon Musk, em nome da defesa da liberdade de expressão online, postou que a plataforma de mídia social estaria "removendo todas as restrições" exigidas pelo governo brasileiro. O governo brasileiro teria lançado uma investigação sobre Musk por suposta obstrução da justiça e outras acusações porque Musk se recusou a ceder às demandas de censura do tribunal brasileiro, mais notavelmente de Moraes. Com esse fim, para entender as ameaças apresentadas por governos anti-liberdade de expressão no exterior, o Comitê emitiu uma intimação à X Corp. por documentos e registros relacionados aos esforços recentes do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal no Brasil para compelir X a censurar contas de mídia social no país.

Os documentos e registros intimados revelam que, pelo menos desde 2022, o Supremo Tribunal Federal do Brasil, no qual Moraes serve como juiz, e o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, liderado por Moraes, ordenaram que a X Corp. suspendesse ou removesse quase 150 contas na popular plataforma de mídia social. Essas demandas de censura foram especificamente direcionadas a críticos do governo brasileiro: membros conservadores da legislatura federal, jornalistas, membros do judiciário e até um cantor gospel e uma estação de rádio pop—em outras palavras, qualquer pessoa com uma plataforma para criticar o governo de esquerda no poder. O tribunal brasileiro, especificamente Moraes, justificou a censura com o argumento de que "é necessário, apropriado e urgente deter a possível propagação de discursos de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática ao bloquear contas em redes sociais." Frequentemente, essas ordens davam às empresas de mídia social apenas duas horas para cumprir as demandas de censura ou enfrentar multas de até 100.000 reais (cerca de 20.000 dólares) por dia por não conformidade.

Mais notavelmente, o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil censurou o ex-presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro, um dos principais críticos de Moraes, nas semanas seguintes à eleição presidencial do Brasil em 2022. De acordo com uma ordem de 22 de novembro de 2023 obtida pelo Subcomitê Selecionado, o tribunal considerou Bolsonaro culpado de "praticar propaganda irregular" em X por "mensagens [que] são falsas ou fora de contexto".

Como outro exemplo, em uma ordem de 13 de junho de 2023 obtida pelo Subcomitê Selecionado, Moraes ordenou a censura de Bruno Aiub, um YouTuber e podcaster do Rumble que usa o nome de usuário "Monark" e foi chamado de "Joe Rogan do Brasil" devido à sua popularidade. Na ordem, Moraes observou que, apesar de sua ordem anterior de desplataforma de Aiub de todas as principais plataformas de mídia social, Aiub havia desde então criado novas contas e canais. Moraes ficou particularmente chateado que Aiub supostamente "divulgou notícias fraudulentas sobre as ações deste SUPREMO TRIBUNAL e do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL." Especificamente, Moraes se incomodou com as declarações de Aiub sobre Moraes: "Vemos o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] censurando pessoas, vemos Alexandre de Moraes prendendo pessoas." Em outras palavras, Moraes ordenou a censura de um cidadão brasileiro por criticar Moraes por censurar brasileiros.

Abaixo está apenas um subconjunto das mais de 300 contas que o governo brasileiro está atualmente tentando forçar X e outras empresas de mídia social a censurar:

Oposição Política:

  • Jair Messias Bolsonaro: 38º Presidente do Brasil.
  • Marcos do Val: Membro atual do Senado Federal no Brasil (a câmara alta do Congresso Nacional do Brasil, o órgão legislativo federal do país) com 300.000 seguidores em X.
  • Alan Rick: Membro atual do Senado Federal no Brasil.
  • Carla Zambelli: Membro atual da Câmara dos Deputados do Brasil (a câmara baixa do Congresso Nacional do Brasil, o órgão legislativo federal do país) com 2,4 milhões de seguidores em X.
  • Marcel van Hattem: Membro atual da Câmara dos Deputados do Brasil com 969.000 seguidores em X.
  • Cristiane Brasil: Ex-membro da Câmara dos Deputados do Brasil.
  • Ed Raposo: Ex-candidato à Câmara dos Deputados do Brasil.

Jornalistas e Comentaristas:

Judiciário e Profissão Legal:

Cultura Pop:

  • Davi Sacer: Cantor e compositor gospel brasileiro com mais de 600.000 seguidores em X.
  • Rádio RCN: Estação de rádio pop.

A censura dirigida pelo governo não é um problema contido apenas em governos autoritários em terras distantes; está acontecendo aqui nos Estados Unidos. As descobertas do Comitê e do Subcomitê Selecionado sobre o ataque à liberdade de expressão pela Administração Biden revelam como a Administração Biden, como o Brasil, procurou silenciar os críticos da Administração. Logo no terceiro dia da nova Administração, a Casa Branca de Biden exigiu que o Twitter removesse um tweet de Robert F. Kennedy, Jr. que não continha desinformação "ASAP" e instou o Twitter a "ficar de olho em tweets que caem neste mesmo ~gênero". Voltando sua atenção para o Facebook, a Administração Biden exigiu que a empresa censurasse um de seus principais críticos na televisão a cabo, Tucker Carlson, embora seu relatório fosse verdadeiro e não violasse os padrões do Facebook. Insatisfeita em ir atrás de empresas de mídia social, a Casa Branca de Biden até voltou sua atenção para livrarias, pressionando a Amazon a censurar livros que expressam ceticismo sobre vacinas.

Talvez não seja surpreendente, então, que a Administração Biden pareça ter ficado em silêncio diante desses ataques à liberdade de expressão no exterior. O Gabinete do Subsecretário de Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos existe para "avançar a segurança do povo americano ajudando países ao redor do mundo a construir sociedades mais democráticas, seguras, estáveis e justas." O Departamento e a Subsecretária Uzra Zeya têm sido notavelmente silenciosos enquanto o Brasil e outros países procuraram censurar discursos online.

Este relatório interino expõe a campanha de censura do Brasil e apresenta um estudo de caso impressionante de como um governo pode justificar a censura em nome de parar o chamado "discurso de ódio" e a "subversão" da "ordem". Este relatório inclui os seguintes documentos:

  • Duas cópias de cada uma das 28 ordens, em português e em tradução para o inglês, emitidas pelo juiz Alexandre de Moraes para a X Corp.;
  • Outras 23 ordens emitidas pelo juiz Alexandre de Moraes para as quais a X Corp. não possui tradução para o inglês; e
  • 37 ordens emitidas pelo Tribunal Superior Eleitoral do Brasil.

O Congresso deve levar a sério os avisos do Brasil e de outros países que procuram suprimir o discurso online. Nunca devemos pensar que isso não pode acontecer aqui. O Comitê e o Subcomitê Selecionado conduziram agressivamente a supervisão—emitindo intimações, conduzindo investigações e convocando várias audiências—para lançar luz sobre a censura induzida pelo governo nos Estados Unidos e para informar remédios legislativos adicionais. Membros do Comitê e do Subcomitê propuseram legislação, incluindo o HR 4791, o Ato de Proteção à Liberdade de Expressão, e o HR 4848, o Ato de Responsabilização da Censura, para proteger a Primeira Emenda e pôr fim a esses abusos constitucionais.

O Comitê e o Subcomitê continuarão a investigar, realizar audiências e considerar legislação adicional para proteger a liberdade de expressão online e responsabilizar aqueles que violam as liberdades fundamentais da Primeira Emenda dos americanos. Os ataques à liberdade de expressão no exterior servem como um aviso para a América. Desde seu compromisso público com a liberdade de expressão, o Sr. Musk enfrentou críticas e ataques de governos ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos. No Brasil, a censura do partido político de oposição e de jornalistas investigativos ocorre por meio de ordem judicial. Sob a Administração Biden, as demandas de censura são entregues em reuniões fechadas com ameaças regulatórias implícitas, além de ações judiciais para oponentes políticos. Agora, mais do que nunca, o Congresso deve agir para defender seu dever de proteger a livre expressão.

Nota aos Leitores:

Estamos comprometidos em fornecer a você as informações mais completas e aprofundadas sobre o relatório discutido neste artigo. Vale ressaltar que existem mais de 500 páginas de documentos anexados ao relatório, os quais estão sendo preparados para publicação em nosso site. Entendemos a importância deste conteúdo e estamos trabalhando para disponibilizá-lo o mais rápido possível.

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